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"Megatubarão" | Crítica

  • Foto do escritor: Anderson Heldt
    Anderson Heldt
  • 10 de ago. de 2018
  • 4 min de leitura

A combinação de Jason Statham e tubarão tinha tudo pra dar certo, mas...



Quando ouvi falar desse filme com um tubarão gigante e Jason Statham protagonizando, achei uma combinação de valores perfeita. Parece que não foi bem assim. Prova disso foram as 5 pessoas além de mim, que estavam na sala de estreia do filme, do último horário. Mas não chega a ser um filme ruim. Apenas um daqueles que vemos e depois esquecemos em pouco tempo. Mesmo assim, vale a pena assistir nos cinemas, que ajudam na imersão e proporção do gigante animal.


No filme, Jason Statham é Jonas Taylor, um ex-mergulhador que vive um trauma e é convocado, contra sua vontade, a retornar o trabalho para salvar uma equipe presa nas profundezas do oceano. Mas logo descobre a existência de um Megalodon, um tubarão pré-histórico com mais de 20 metros.



Taylor com sua voz forte e seu jeitão rústico, é um personagem que dá força à trama. A atuação de Statham não foge muito do que já conhecemos, mas é fundamental pra segurar o filme. Apesar das decisões duvidosas tomadas por ele e por outros personagens, como voltar a entrar na água pra enfrentar um "monstro" só com um arpão, não perdemos a crença no que estamos vendo. Algumas explicações que tentam usar durante algumas situações não fazem muito sentiido. Mesmo assim, pode ser irrelevante.


O que não me convenceu foi o motivo que leva o personagem a voltar pro fundo do mar. A trama apresenta esse motivo com intuito de mexer com os sentimentos de Taylor. Mas ao alcançar seu objetivo no primeiro ato, ele solta algo parecido com "Vim aqui pra dizer: 'Eu te avisei!'" e de repente volta a ser o mergulhador principal da equipe. E assim, aquele motivo simplesmente não importa mais. A única ligação do primeiro ato com o segundo, acaba sendo só o tubarão, deixando sentimentos de lado.



Falando do tubarão, a direção de Jon Turteltaub às vezes se perde ao tentar mostrar a fera em planos abertos, entrando em conflito na escala do bicho. Por várias vezes fiquei confuso com o tamanho do Megalodon em proporção ao homem. Já nos momentos de mistério, as câmeras são mais fechadas, tentando causar surpresa e tensão ao público. Os efeitos são bem realistas, mas ajudados também pela água turva e a falta de visão embaixo d'água. A barbatana do tubarão gigante não passa realmente o tamanho do que está abaixo. E a velocidade dele parece mudar de acordo com a necessidade do roteiro. Mesmo com alguns problemas, podemos ver belas cenas com o monstro.


A fotografia do filme acompanha a necessidade do momento. Cenas mais escuras quando quer esconder o bicho e causar tensão. E mais colorido quando quer passar sensação de tranquilidade. O 3D não faz nada além de escurecer um pouco mais o filme. Isso já vem sendo constante, e aqui não é diferente. Visualmente o filme é interessante, e como eu já disse, vale a pena assistir na telona, de preferência em 2D.



Ainda falando de roteiro e das situações duvidosas, temos Suyin (Bingbing Li) que trabalha em uma estação no meio do mar, e leva sua filha pro trabalho. A criança tem cenas de humor e tensão, e acaba fazendo a ligação da mãe com o protagonista. Mas não convence com sua presença em um lugar tão perigoso. A equipe primária da estação tem os personagens clichês da maiorias das histórias. Mac (Cliff Curtis) é o mais sério que gerencia a missão. Morris (Rainn Wilson) é o milionário que patrocinou e só quer saber do lucro. DJ (Page Kennedy) é o negro engraçadinho que faz as piadas e tem problemas com água. E Jaxx (Ruby Rose) faz o papel da inteligente, mas também é a bonita do filme. apesar da sua pouca importância pra trama. No geral são personagens que já vimos em outros filmes, com Statham carregando o peso.



No terceiro ato, com quase duas horas de filme, o roteiro parece cansado. E a resolução dos fatos acontece de forma preguiçosa. Mais uma vez, a fama durona dos personagens de Statham entra em ação e resolve o problema. Mas algumas cenas são sim de arrepiar. Várias vezes acontece o famoso "Quase!" dos filmes onde a ameaça é muito maior que o mocinho. Isso faz com que o filme não seja cansativo na sua longa duração. Em contrapartida, temos vários momentos previsíveis, com tentativas de nos surpreender. A resolução final, além de Statham, tenta ser através de uma solução natural, com animais surgindo do nada e fechando a história.


"Megatubarão" se divide em 3 partes. A primeira, onde tentam humanizar mais o personagem de Statham, com emoções e sentimentos. A segunda, na tentativa de impor a periculosidade do tubarão. E a terceira, que é mais a cara do ator, com mais ação e violência, elevando o momento badass.


Juntando tudo isso, "The Meg" se torna um bom filme pipoca. Acabou, foi legal, bola pra frente. Mas assistam nos cinemas, porque sinto que em casa a sensação não vai ser a mesma.





Nota: 7/10

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