"Deadpool 2" | Crítica
- Anderson Heldt
- 17 de mai. de 2018
- 3 min de leitura
Atualizado: 31 de jul. de 2018
Um bom proveito da quebra da quarta parede, em um roteiro quebrado
"Deadpool" (2016) foi um sucesso, e surpreendeu positivamente com o novo jeito de fazer filme de super herói, inclusive tendo sua classificação indicativa elevada. A resposta do público foi tão boa que 'Logan' (2017) resolveu seguir o mesmo caminho, e deixar o roteiro mais "adulto". E tudo que dá certo, gera dinheiro. E cria motivação pra fazer mais daquilo. Foi exatamente o que houve aqui. "Deadpool 2" é mais do mesmo. É mais até na grandiosidade. Mais ação, mais piadas, mais elenco.
Nessa sequencia, o anti herói Deadpool (Ryan Reynolds) dá uma de mocinho, e tenta salvar Russel (Julian Dennison) das mãos de Cable (Josh Brolin), que vem do futuro para assassinar o jovem mutante.
É difícil dar uma sinopse mais elaborada pra esse filme sem dar spoilers. O roteiro parece ser quebrado em pequenas histórias ligadas a um ponto. No começo do filme vemos a motivação para um fato. Esse fato leva a outro que nada tem a ver com o primeiro. E assim o filme segue até o final. Não considero isso errado, e aqui parece até funcionar pela liberdade que o personagem proporciona com a quebra da quarta parede - a interação do personagem com o telespectador. Deadpool faz piada com tudo, e essa quebra no roteiro abre espaço pra essas piadas que todos querem ver. Mesmo com a tentativa de criar uma carga dramática na história, as piadas voltam e anulam o que poderia virar um momento triste.
Ryan Reynolds parece estar se divertindo com o personagem. O roteiro deixa ele solto, e aproveita mais do rosto do ator como Wade Wilson, mesmo com aquela maquiagem, muito bem feita por sinal. Seu amigo Dopinder, vivio por Karan Soni, entra como alívio cômico na história, por mais estranho que isso soa. Mas o personagem é um complemento pra várias piadas de Deadpool. Morena Baccarin, que vive Vanessa, a noiva de Wade, aparece pouco durante o filme, mas tem um peso importante pra trama. Ela é a ligação entre duas partes do roteiro. Uma das motivações de Deadpool. Outros grandes nomes do elenco aparecem como sendo uma nova opção de personagens, mas não é o que acontece. As cenas são divertidas, mas passam rápido. Esse elenco 'extra' parece ter sido contratado pra vender o filme, ao invés de somar alguma coisa pro roteiro.
O humor negro e o politicamente incorreto estão presentes nesse filme em abundância. Não foi atoa que a classificação indicativa subiu pra 18 anos. A linguagem imprópria, violência, e piadas pesadas fazem parte da personalidade de Deadpool, e foi o que tornou o filme um sucesso. As várias referências durante o filme, consideradas 'zoeira', dão o tom da diversão.
Os efeitos especiais são bem feitos, apesar de alguns momentos me incomodarem um pouco, como a luta de Colossus (Andre Tricoteux) com um personagem no terceiro ato. Com a grandiosidade dos acontecimentos, e a quantidade de mutantes apresentados, podemos dizer que o CGI foi muito bem.
A trilha sonora entra em momentos específicos, com músicas conhecidas. O que faz o público manter a empolgação quando parece estar diminuindo a adrenalina.
"Deadpool 2" tem a mesma pegada do primeiro filme, mas a produção parece maior. Mais explosões, mais personagens, e as mesmas piadas que nos diverte. A interação do protagonista com o espectador é menor. Não temos tantas conversas diretas com quem tá assistindo. Tem alguns olhares pra câmera sem dizer nada. Mas a quebra da quarta parede está lá. Não chega a ser um exemplo de filme de herói, e passa longe de um roteiro brilhante, mas com certeza nos faz rir e traz muita diversão. Cumpre o que promete. O fator surpresa já não existe como foi em "Deadpool", e isso deixa tudo mais costumeiro. Mas é sim um grande filme pipoca, pra assistir com amigos, rir muito, e comentar depois. Vale lembrar que o filme tem 2 cenas pós-créditos logo depois que termina. E a última é uma das melhores que já vi!!!
E você, gostou de "Deadpool 2"?
Nota: 7,5/10
Confira o trailer:
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