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“Jogador Nº1” | Crítica

  • Foto do escritor: Anderson Heldt
    Anderson Heldt
  • 20 de abr. de 2018
  • 3 min de leitura

Atualizado: 31 de jul. de 2018

Steven Spielberg volta a ser adolescente na sua mais recente obra.


O mais novo filme de Steven Spielberg, “Jogador Nº 1” (Ready Player One, 2018), baseado em um livro homônimo de Ernest Cline, conta a saga de Wade Watts (Tye Sheridan), um adolescente que vive em um mundo distópico no ano de 2044. Nesse futuro, as pessoas vivem mais no mundo virtual, do que no mundo real. Tudo isso pela criação de um jogo chamado OASIS, onde você pode ser o que quiser. O desafio começa quando o criador do jogo morre, e deixa easter eggs para os jogadores encontrarem. Quem encontrar os três segredos do jogo, herda o próprio jogo e também a fortuna do seu criador. O problema começa quando uma empresa chamada ‘IOI’ também entra na disputa pelo prêmio.


Em sua maior parte, o filme se passa dentro da OASIS. Sendo assim, boa parte do longa conta com uma computação gráfica de primeira. Alguns momentos de percepção desse CGI são tranquilamente aceitos por estarem dentro de um jogo. A fotografia nos ambienta para dentro e fora do jogo. Quando fora, traz tons de cinza, representando tristeza e angústia. Quando dentro, tudo é colorido, com uma saturação maior, passando alegria e boas sensações. Os movimentos de câmera suaves e longos, também servem pra nos colocar dentro do jogo. Você então passa a ser mais um jogador, tentando desvendar os quebra-cabeças junto com o protagonista e seus amigos. A sensação de assistir o filme em 3D é muito interessante. Além da maior imersão daquele mundo, quando chegamos no final e tiramos os óculos, da impressão que realmente estivemos dentro do OASIS.


Outro ponto muito forte do filme, são as diversas referências dos anos 80 e 90. São tantos personagens e marcas, que a gente passa a assistir observando cada canto do cenário. Quando surge o DeLorean – carro que marcou no filme De Volta para o Futuro (1985) – os mais experientes vão ao delírio. E não para por aí. As referências vão desde os games, marcas, até o cinema e música. A cada personagem encontrado, a nostalgia toma conta da emoção. E com certeza, vai ter muito mais do que você espera.


Podemos dizer que Steven Spielberg voltou a ser adolescente na direção desse filme. Após ter feito filmes como “The Post – A Guerra Secreta” (2017), com uma pegada mais adulta e séria, ele volta com aquela alegria de filmes como “Indiana Jones” (1981) e “Parque dos Dinossauros” (1993). O filme flui naturalmente e com leveza. São 2 horas e 20 minutos, que quando acaba, ainda queremos ver mais. Spielberg se solta e usa da amizade pra nos envolver com seus personagens. Em alguns momentos, percebemos claras referências a “Os Goonies” (1985) e “Clube dos Cinco” (1985), tratando a importância de se ter bons amigos. Segundo Spielberg, esse foi o terceiro filme mais difícil da sua carreira, seguido de “Tubarão” (1975) e “O Resgate do Soldado Ryan” (1998). O longa custou 175 Milhões de Dólares, e arrecadou na sua primeira semana de estreia mundial mais de 181 Milhões de dólares.


O roteiro é bem elaborado, apesar do romance sem muita profundidade. Mas nada que atrapalhe a imersão e diversão do filme. O vilão principal não é tão assustador quando está fora do OASIS. Às vezes ele é meio nerd, em outro momento diz estar interessado apenas no dinheiro. Isso pode nos confundir um pouco. Porém, quando entra no jogo, ele se torna um chefão digno de última fase. Disposto a qualquer coisa pelo prêmio final. Uma questão que me incomodou um pouco, foi o fato de um menino, sozinho, resolver situações que uma empresa inteira não conseguia. Mas é aceitável. Não gostei muito do terceiro ato, quando começa uma ‘guerra’, e a ação entra em cena de uma vez por todas. É uma batalha gigantesca e cheia de referências, mas que pode dar uma dispersada na trama. O momento é salvo por um certo brinquedo assassino, que surge e nos empolga.


A trilha sonora fica por conta do renomado Alan Silvestri, que deixa traços de “De Volta para o Futuro” (1985), fazendo, em várias situações, uma referência direta. No mais, ele sabe integrar as trilhas de acordo com o momento do filme. Ação, tensão, alegria, tudo perfeitamente acompanhado com um som adequado.


“Jogado Nº 1” é um filme pra ver no cinema, e rever várias vezes em casa, até conseguir pegar todas as referências. Filme digno de ser pausado e observado detalhadamente, pois em muitas situações, essas referências aparecem no escuro, ou em segundo plano. E são muitas mesmo. Mas apesar de ter muita coisa dos anos 80 e 90, os mais jovens com certeza vão reconhecer vários personagens soltos ali. Um filme feito pra todas as gerações nerds, e pra quem é amante do cinema.




Nota: 9/10

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© Cinema Entre Aspas - 2018

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