"Abre Aspas" - The Flash

Em meio a tantas polêmicas sobre efeitos visuais e as notas recebidas tanto pela crítica quanto pelo público, The Flash é um filme divertido, com seus probleminhas técnicos. Eu sou um admirador da DC, principalmente de Batman e as nostalgias desse filme me agradaram. Mas é bom? Vamos começar a falar sobre o principal problema do filme, seus efeitos visuais. Apesar do diretor Andy Muschietti dizer que os efeitos foram colocados com aquele aspecto estranho de propósito pela produção, o visual não ajudou muito a passar credibilidade ao personagem. Mas o que mais me incomodou não foi o efeito corrida, mas sim os personagens digitais inseridos por CGI. Em pleno 2023 acredito que a tecnologia já seja capaz de adicionar atores digitalmente com uma qualidade absurda. Mas alguns que aparecem aqui são de efeitos datados. O que salva é a nostalgia do momento e o bom humor do filme. O primeiro longa live action do personagem demorou pra chegar, talvez justamente pela possibilidade de realizar efeitos convincentes da sua velocidade, mas o aspecto "inacabado" não agradou muito quem assistiu.

Em The Flash o personagem viaja no tempo para mudar os eventos do passado. No entanto, quando sua tentativa de salvar sua família altera o futuro, ele fica preso em uma realidade na qual o General Zod voltou, ameaçando a aniquilação. Como todo filme de viagem no tempo, esse também chega a ser um pouco confuso e tem alguns erros de lógica. As idas e vindas de Flash simultâneo aos acontecimentos do dia a dia às vezes não coincidem muito bem. Mas apesar de tudo, a história é bem amarrada e tem início, meio e fim, inclusive com sua origem contada discretamente. Pra quem não conhece nada do personagem, pode assistir que vai entender tudo. Isso faz com que o longa não perca público pela continuidade. Existem sim alguns detalhes apresentados em filmes anteriores, mas que não alteram os fatos atuais.

Desde o início o filme apresenta o humor como principal característica, e faz isso de uma forma agradável. Em alguns momentos me peguei rindo sozinho na sala. Quando parte pro drama, acaba equilibrando as coisas. Não gera uma sensação tão carregada, mas consegue transmitir a emoção. Já as cenas de ação são bem feitas, apesar dos visuais.

Como eu disse acima, sou grande fã de Batman, e as aparições do personagem em vários universos me fizeram gostar mais do filme do que possivelmente eu gostaria sem ele. A participação dele, principalmente na versão de Michael Keaton, não é apenas visual, mas tem grande importância para o roteiro. Mesmo sendo "vítima" de piadas por alguns momentos, Batman aparece imponente e funciona quase como um tutor de Flash, lembrando a relação entre Homem de Ferro e Homem-Aranha nos filmes da Marvel. Além de Batman, existem outras participações durante o filme. Incluindo um momento total nostalgia quando os mundos se colidem. Esse momento não gera nada para a história, mas serve muito bem de fan service no filme. Achei Sasha Calle, que vive a Supergirl, meio que sem carisma. Não faz com que a gente torça tanto por ela. Por ser uma personagem de tanto peso no universo, inclusive explicando o significado do 'S' do seu uniforme, poderia ser mais carismática e agradável. Já Ezra Miller consegue entregar perfeitamente seus alter egos. Cada um com sua característica, devido à vida em seus diferentes universos. Apesar dos problemas pessoais do ator, seu talento é indiscutível. Entrega um excelente Flash.

De um modo geral The Flash peca pelos detalhes. Talvez seja um prejuízo financeiro pra Warner nos cinemas, mas consegue divertir o público que relevar alguns visuais duvidosos. Poderia ser a introdução do multiverso na DCU se não fosse o fim de uma geração. Mas talvez os próximos filmes ainda bebam dessa fonte de alguma forma. Enfim, The Flash decepciona quem é rigoroso com as obras do gênero, mas funciona pra quem quer ter bons momentos de entretenimento. Vale o ingresso!

Nota: 7/10